A China implementou uma política inovadora de isenção tarifária total para 100% das linhas tarifárias destinadas a países menos desenvolvidos com os quais mantém relações diplomáticas.
Essa iniciativa, que entrará em vigor a partir de 1º de dezembro de 2024, marca, assim, um passo significativo na estratégia econômica da China, tornando-se o primeiro grande país em desenvolvimento a adotar tal medida.
Objetivos da Medida
A nova política reflete o compromisso da China com a cooperação mútua e busca criar novas oportunidades globais a partir do seu próprio crescimento.
Segundo a Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado, a iniciativa visa:
- Ampliar a abertura unilateral em favor dos países menos desenvolvidos.
- Promover um desenvolvimento conjunto entre as nações.
Detalhes da Implementação
Os produtos que se enquadrarem dentro de limites estipulados poderão ser importados com tarifas zeradas.
No entanto, aqueles que excederem essa cota manterão suas tarifas originais.
Essa medida se aplica principalmente a países com renda per capita bruta inferior a 1.018 dólares, beneficiando cerca de 33 nações africanas.
Reações ao Anúncio
Durante a 2ª Exposição Internacional de Abastecimento da China, realizada em Pequim, a política gerou reações positivas entre empresas de países menos desenvolvidos.
Muitas delas enxergam uma oportunidade significativa de acesso ao vasto mercado chinês.
- Emma Mutijima, da empresa ruandense Phoenix Ventures, expressou entusiasmo pela possibilidade de expandir as exportações de produtos agrícolas locais, como mel e café, que são altamente demandados na China.
- Representantes da República Democrática do Congo também mostraram interesse em diversificar suas exportações para o país asiático.
Impacto Global
O professor Song Wei, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, afirmou que a política promove o desenvolvimento econômico interno nos países beneficiados.
Além disso, ela facilita a globalização, especialmente em um cenário global que enfrenta um aumento do protecionismo.
Nesse sentido, a China tem se esforçado para expandir suas políticas de abertura, recentemente eliminando restrições para investidores estrangeiros no setor manufatureiro.
Isso oferece novas certezas e oportunidades em um cenário econômico global caracterizado por um crescimento lento.
A decisão da China reflete uma estratégia para aumentar sua influência no Sul Global. Isso permite que o país contrabalance as tensões comerciais existentes com os Estados Unidos.
Também busca reafirmar sua posição como parceiro estratégico para nações menos desenvolvidas.
Essa abordagem pode gerar alianças econômicas e políticas duradouras.