Cura, só pela expansão da consciência

Todo mundo já ouviu falar das curas nos terreiros, templos e igrejas.

A maioria dos homens e mulheres comuns já participou de algum processo dessa natureza.

O passe, normalmente através da imposição de mãos, é das práticas a mais comum.

Existem vários outros recursos, como rezas, chás, banhos de ervas, aconselhamentos em geral, simpatias, enfim, um arsenal utilizado para acudir os consulentes.

A busca pelo assistencialismo

Olhando de longe, talvez você enxergue um terreiro (ou templo ou igreja ou tenda) como sendo formado por pessoas “perfeitas”, a quem devemos recorrer para ajuda.

Mas a verdade é que todos os espíritas são (muito) IMPERFEITOS, sendo sua “atividade” parte de um processo de resgate.

Segundo a tese do resgate cármico, o médium em atividade, um ser imperfeito, prescinde das pessoas “necessitadas”, crentes, dispostas a lhe pedir ajuda, pois só assim acumula créditos em sua jornada.

Supõe-se que dessa relação ocorram ganhos para ambas as partes.

É uma simbiose.

Enxugar gelo

A crítica aqui embutida é que essa relação está muito aquém do necessário para a evolução da raça humana.

Ainda mais neste momento de transição para a humanidade.

A relação fundamentalmente passiva não transforma ninguém, não expande a consciência e atesta a irrelevância do assistencialismo.

O consulente vai até o espírita, recebe lá os passes, os conselhos e tudo mais, depois volta para a sua vida, para tudo aquilo que lhe causara o problema.

É como enxugar gelo.

Por exemplo, o caminhoneiro que passa muitas horas sentado em um banco torto que lhe provoca fortes dores na coluna.

Aí ele procura um massagista que dá aquela ajeitada na espinhela, mexe com os músculos, articulações, alivia as tensões, melhora a fluidez das energias, e o sujeito sai da consulta super aliviado.

Tudo certo, a princípio.

Mas no dia seguinte volta para o banco torto (porque tem que trabalhar e ele só conhece aquela forma), e o resultado conquistado com o massagista acaba sendo muito fugaz.

Assim acontece com a maioria das pessoas que buscam ajuda nos terreiros.

Após as sessões de cura, a pessoa volta para todas os seus vícios de comportamento, justamente porque desconhece outra forma de viver.

Não somente os consulentes, também os médiuns, de todas as denominações, acabam tendo uma “vida dupla”, pregando uma coisa e fazendo outra, suportando conceitos contrários à sua crença.

Importante é ensinar a pescar

A “chave” da evolução, “o caminho”, portanto, não é puramente assistencialista, como diz o dito popular, é preciso ensinar a pescar, não dar o peixe.

É óbvio que em vários casos você precisa primeiro dar o peixe, acudir e alimentar (espiritualmente) a pessoa.

Mas é muito mais importante que a pessoa aprenda a curar a si mesma.

A cura virá pela expansão da consciência

Vivemos momentos dramáticos, sobretudo quanto à nossa relação com o planeta.

Um mundo deformado, poluído, destruído, envenenado por nós mesmos.

Uma pegada existencial dentro de um círculo vicioso que só pode ser “interrompido” a partir de ações cotidianas praticadas por nós mesmos.

Um raciocínio que pode ser empregado em todas as outras dimensões da nossa existência no planeta.

Se existem demônios, forças do mal, entidades das trevas, com potencial para tornar o mundo um lugar pior, há também as entidades de luz que equilibram essa balança.

A diferença, de fato, vem de dentro de nós.

O cenário dramático atual é reflexo de uma luta que se desenvolve dentro das pessoas.

Não tem passe que dê jeito.

A cura possível virá pela expansão da consciência e adoção de práticas que transformem a realidade.

A tarefa é criar escolas e mecanismos que ajudem as pessoas entenderem a sua presença no planeta.

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